O imperativo "Seja Você Mesmo" está no coração de muitos sistemas éticos cristãos e não-cristãos -- e no entanto nada é tão suspeito aos nossos companheiros quanto isso.
E a razão não está distante: quanto mais inteiramente e verdadeiramente alguém se mostra, tanto mais doloroso será para os outros a comparação com eles próprios, já que indivíduos só podem ser iguais se cada um esconder sua essência.
Não estamos sós com relação a este modo universal de comportamento humano, que procura apaziguar a inveja alheia através de medidas que suavizam ou até eliminam por completo a percepção de sermos melhores aqui ou ali.
Muitas das coisas que se estabeleceram nas sociedades organizadas, como a etiqueta das boas maneiras, no fundo estavam preocupadas com essa questão de lidar com o olho maldito da inveja alheia.
Por essa razão, muito do que se mostra como exibição de "individualidades" na verdade é apenas mais do mesmo comportamento já esperado pelo grupo e aquilo que realmente nos distingue é mantido protegido do olho alheio.