
O conhecimento não é uma estrutura rígida que exclui o que não se encaixa; ele apenas se torna mais complexo para lidar com a complexidade. Embora seja tentador procurar por respostas simples para problemas complexos e lidar com as complexidades como se elas não existissem, conhecer mais e melhor geralmente leva a decisões melhores, mesmo que abordagens mais enxutas pareçam ser mais claras e definitivas.
Certeza e clareza geralmente custam o preço de ignorar fatores essenciais: isso porque aprendemos com o tempo que o certo e o errado convivem juntos. Confiar num simples conjunto de dados sem contradição pode dar a sensação de domínio, mas como esses dados tem algum ponto fraco desconhecido, eles desmoronam subitamente, sem aviso.
Um ponto interessante na transferência de conhecimento é o compromisso entre velocidade e viscosidade. Velocidade refere-se ao quanto rapidamente aquilo se espalha, enquanto viscosidade refere-se à riqueza de conhecimento transferido.
O método de transferência tem muita influência na viscosidade: o aprendizado por absorção e observação é muito mais rico (e lento) do que a transferência através da leitura de um artigo na internet. Se considerarmos que um aprendizado genuíno compreende não somente a absorção de conhecimento mas também a sua aceitação envolvendo processos pessoais e muitos fatores psicologicos, então podemos imaginar o quanto a riqueza no conteúdo é importante para a efetividade do aprendizado. E geralmente o que aumenta a velocidade diminui a viscosidade.
O que resta imaginar é qual será o resultado dessa nova combinação que a moderna tecnologia trás, onde uma velocidade imensa vem junto com pouca riqueza de conhecimento. As mentes do futuro vão operar sob um novo paradigma? Ou a transmissão de conhecimento por absorção vai continuar forte, mas menos visível?
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