
O universo também pode ser um teatro de um escândalo total. Estamos aqui para dar trombadas uns nos outros, uns ficam, outros se vão. Esses choques entre elementos são absolutamente sem sentido, simplesmente acontece. Pode parecer que o nosso tempo tem algum significado, alguma ordem, mas numa escala maior de bilhões de anos fica claro que não temos importância. Deixar de existir não faz diferença. Isso é a visão darwinista do mundo.
Quando descobrimos que o nosso pai não é poderoso como pensávamos, então projetamos um novo pai onipotente, Deus. Essa foi a visão de Freud.
E quando criamos um ente para nele projetarmos nossas realizações enquanto ficamos alienados em nosso mundo real, esse ente é o Deus de Marx.
Todos esses quatro ícones previram, de alguma forma, o esvaziamento da religião.
Nesses tempos modernos, acabamos por criar fantasias para dar algum significado no vazio deixado pela religião. Faz parte da espécie humana buscar significado, inventar para sobreviver. Somos fruto de um córtex cerebral muito poderoso, que armazena muito estímulo externo e acaba por pensar muito mais do que devia.
Qual será o sinal de amadurecimento? Será perceber o abismo e, como pensava Nietszche, despencar nele dançando enquanto que a maioria o faz berrando?
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