
E sabe em que momento esse pobre homem comum vive o herói?
É no momento da (desculpe,,,) trepada. O que faz a diferença é o oculto do desempenho que satisfaz, e que logo (infelizmente) se vai.
Mas o jeito de ser um grande homem, será que é trepar muito? E quando nem trepando, nem sendo uma puta da internet, nem se travestindo de machão – e se não se tem mais mistério? ... só resta então trocar de parceiro. Criar um caso para voltar a ser desconhecido novamente.
“... o casamento com a Sandra acabou quando a gente tava tão afinado, que eu não tinha mais uma outra vida para fantasiar ... daí um dia num amasso, ela me olhou apenas e disse: eu te conheço ... – putz, estaca zero, identidade secreta desmascarada, eu tinha me tornado um nada. Às vezes a gente começa uma nova história apenas para se tornar desconhecido de novo ... “ (O homem da tarja preta)
Entrou na moda há uns 40 anos, a gente ter que contar tudo um pro outro, aí a gente conta tudo e acaba. Ser homem é terrível. Todos exigem uma resposta forte do menino diante da vida. “Seja homem, reaja!”. E deixam para a menina executar um tipo de violência cotidiana muito mais poderosa: quando ela não quer que alguém tenha lugar, esse alguém não terá lugar.
Ela corta o frango e dá o melhor pedaço e o pior pedaço para quem ela quer. Ela exige a caça e a proteção e em troca concede espaço, ou desconhecerá simbolicamente o outro mesmo que tenha de submeter-se à violência física do parceiro.
Uma informação para as mulheres: o homem corre atrás de ideais, e ele faz isso num mundo de devaneios silenciados cujo tamanho elas nem suspeitam. A revelação disso seria potencialmente catastrófica para a virilidade dele. Sim, o homem tem uma vida dupla, e por isso ele é mais distante da vida concreta do que a mulher, que tem uma relação com o aqui e agora mais presente. É o devaneio do que ele pensa que poderia ter sido e não foi.
A criação desse ideal veio das expectativas exageradas das mães, resultando na imagem dos provedores engravatados de escritório ou na sua contradição, o ideal do aventureiro -- sendo ambos os tipos desejados simultaneamente pelas mulheres.
Até que nos anos ’90 ocorre uma outra solução: a imagem de Gordon Gecko do filme Wall Street, onde se mostra que a ganância é uma coisa boa – “Greedy is good” -- agora é possível enriquecer na beira da lei, ser simultânemente aventureiro e provedor.
Ninguém disse, mas esse estouro da bolha também fez ruir essa solução dos ideais masculinos. E agora, o que nos restará? Afinal, quem quer ser mãe de Madoff?
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