
Às vezes podemos resgatar velhas ferramentas para tratar de situações atuais. Uma delas, dos anos ‘50, é a análise transacional. É uma técnica que investiga os relacionamentos humanos focando no conteúdo da interações entre as pessoas, e interação entre pessoas é algo que a modernidade vem intensificando.
Na época foi uma novidade porque enquanto a análise tradicional se preocupa mais com o que se dá dentro das pessoas, a análise transacional foca no que acontece entre as pessoas e como elas podem mudar suas vidas corrigindo erros de comportamento. Dessa forma, a interação e o que se troca são a base dessa abordagem.
Basicamente, ela divide o comportamento em 3 porções chamadas de papéis: do pai, do adulto e da criança.
--O papel de pai corresponde ao tradicional, ao protetor preconceituoso.
Na época foi uma novidade porque enquanto a análise tradicional se preocupa mais com o que se dá dentro das pessoas, a análise transacional foca no que acontece entre as pessoas e como elas podem mudar suas vidas corrigindo erros de comportamento. Dessa forma, a interação e o que se troca são a base dessa abordagem.
Basicamente, ela divide o comportamento em 3 porções chamadas de papéis: do pai, do adulto e da criança.
--O papel de pai corresponde ao tradicional, ao protetor preconceituoso.
--O papel de adulto corresponde ao racional e lógico.
--E o papel da criança corresponde ao espontâneo, criativo e rebelde.
Eric Berne, um analista americano que propôs isso, percebeu que em curtos intervalos de tempo nós caminhamos por esses papéis, sucessivamente, e que isso pode ser facilmente notado. Ou seja, embora em geral gostemos de pensar que estamos sempre agindo racionalmente, frequentemente desempenhamos outros papéis que não o de adultos. Vejamos um exemplo, retirado de um texto do próprio Berne:
Um casal está fazendo compras num supermercado. Ela, notando um pacote de cerveja no carrinho diz: “Eu não sabia que iríamos comprar cerveja”
Esta é a pergunta do “ego adulto” ou um sinal de reprovação do “ego pai”?
Ao que o marido responde: “Humm, sim”.
Seria agora uma simples confirmação do “ego adulto” ou uma resposta rebelde do “ego criança”? Como decidir o que está havendo?
Um casal está fazendo compras num supermercado. Ela, notando um pacote de cerveja no carrinho diz: “Eu não sabia que iríamos comprar cerveja”
Esta é a pergunta do “ego adulto” ou um sinal de reprovação do “ego pai”?
Ao que o marido responde: “Humm, sim”.
Seria agora uma simples confirmação do “ego adulto” ou uma resposta rebelde do “ego criança”? Como decidir o que está havendo?

Naturalmente, fatos posteriores, tom de voz, história pregressa, etc. ajudam a decifrar a situação. O importante aqui é perceber que muitos diálogos que parecem racionais na verdade não o são – pois outros papéis estão sendo exercidos por interesses e sentimentos diversos e acabam por confundir os relacionamentos.
Saber identificar nos outros e em si mesmo esses diferentes papéis e sentimentos e tratá-los de forma produtiva faz parte de um amadurecimento emocional também proposto por Berne e que segue uma interessante escala.
Escala de Consciência Emocional
.Dormente: quando a pessoa sequer tem consciência de seus sentimentos, não sente nada, mesmo estando sob a influência de fortes emoções.
.Sensação física: você sente perturbações físicas mas não sabe bem o que é. Não consegue entendê-las, nem acha que tem a ver com emoções.
.Experiência caótica: Você está ciente que há uma carga emocional envolvida, mas não consegue explicar ou discutir a respeito.
.Barreira Verbal: E o limítrofe entre a experiência caótica e a capacidade de entender o que está havendo.
.Diferenciação: Cruzando a barreira verbal e falando sobre os seus sentimentos, você aprende a diferenciar entre a raiva, o amor, a vergonha e outros sentimentos básicos, que muitas vezes aparecem em conjunto e são de difícil separação.
.Causalidade: É quando você começa a identificar corretamente as verdadeiras causas de suas emoções.
.Empatia: É quando você fica realmente consciente das emoções dos outros visto não pelo seu ponto de vista, mas pelo ponto de vista do outro
.Interatividade: Quando você fica sensível ao fluxo de emoções em torno de você, quando entende como e porque o grupo está interagindo.
Ao refletir sobre a evolução acima, percebemos que muitos de nós sequer passou do passo 3. Compreender isso é importante para perceber que frequentemente achamos que as pessoas fizeram ou deixaram de fazer coisas por vontade própria. Não é bem assim.
É preciso compreender que pessoas estão em diferentes graus de evolução e simplesmente pode acontecer delas não conseguirem fazer nada melhor do que fizeram naquela situação, naquele momento. Será preciso dar e receber ajuda.

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