17 de ago. de 2007

De onde vim?

Olá. Quando um amigo faz um chamado para algo novo a gente tem que prestar atenção. Foi assim com esse blog. Uma idéia que veio de fora, sem um tema mas apenas com uma proposta: “Você não gostaria de escrever sobre algo?”

Sim, eu disse. Mas e o tema? Duas coisas me vieram à mente: meu ambiente e minha atuação nele. Espaço e história. Meu ambiente é o cotidiano urbano e minha atuação nele é observar os fragmentos, os pedaços. Mas como falar desses pedaços?

Lembrei então do ensinamento mais importante para um guardião como eu: que a capacidade humana mais admirável é a capacidade de desassociação, de desfazer ligações que outros tempos e outras pessoas estabeleceram prá nós. E esse será o meu desafio. Irá da mais leve sugestão à quebrar pontes. Da não-aceitação à total identificação. E não será o meu papel colar nada. Pois às vezes valem mais boas observações que desconcertam do que supostas boas respostas que confortam.

Naturalmente, um blog não se presta a longas discussões. Mas pode prestar-se a iniciá-las. Esse é, de fato, meu objetivo. Chamar atenção para assuntos que depois possam ser discutidos pelas pessoas com seus amigos, buscando a conciliação de opostos conceitos. Dessa forma, não haverá um tema específico: serão temas ligados ao contemporâneo, temas que possam ser parcialmente desmontados, trazendo aquela interessante sensação de confusão que precede o aprendizado. Começamos mais leve, depois vamos ficando mais contundentes, sempre misturando conceitos e experiências. Menos de dedução ou indução, mais de associação. É mais o meu estilo.

Ficarei feliz se conseguir unir provisoriamente um certo número de relações e colocar pontos de vista aos quais se podem opor outros pontos de vista. Espero que a fragmentação venha mais do rigor da análise do que da dispersão ou confusão de gêneros.

Finalmente, resta dizer que há diferentes interpretações do conhecimento pelas pessoas. Afinal, conhecimento é uma “crença justificada” das coisas, seja a nível individual ou social, tácito ou explícito – e vindo de observações que dependem do ponto de vista, sensibilidade pessoal e experiências prévias de cada um. A única coisa garantida é a força da vontade de vida.

Desta forma, como conhecimento acaba sendo uma construção da realidade ao invés de algo que é verdade por si próprio, torna-se algo difícil de ser condensado e replicado. Portanto, não tome nada daqui como uma nova verdade, mas sim como uma tentativa de mostrar que sempre há uma nova perspectiva das coisas para aprimorar nossa existência.
Caberá portanto a cada um ficar ou não entre fragmentos! Boa leitura.

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