
A descoberta da moral cristã é um acontecimento que não tem igual, uma verdadeira catástrofe. Quem esclarece algo acerca dela é uma force majeure, um destino - ele quebra a história da humanidade em dois pedaços. Vive-se antes dele, vive-se depois dele...
O raio da verdade atingiu justamente aquilo que até hoje ocupava o lugar mais alto: quem compreende o que foi aniquilado, tenha o cuidado de observar se ainda sobrou algo em suas mãos.
Tudo o que era chamado de "verdade" até hoje foi reconhecido como a mais nociva, pérfida e subterrânea forma de mentira; o pretexto sagrado de "melhorar" a humanidade foi reconhecido como ardil para sugar a própria vida, torná-la anêmica. Moral na condição de vampirismo...
Quem descobre a moral, descobriu junto o não-valor de todos os valores nos quais se acreditou e ainda se acredita; ele não vê mais nada de venerável nos tipos mais venerados, e inclusive naqueles que foram proclamados santos; vê neles a espécie mais fatal de aborto, fatal porque fascinavam...
O conceito "além", inventado como "mundo verdadeiro" para arrancar o valor ao único mundo existente - a fim de não deixar à nossa realidade terrena nenhum objetivo, nenhuma razão, nenhuma tarefa!
A noção de "alma", "espírito", e por fim até a de"alma imortal", inventada para desprezar o corpo, tornálo enfermo - "santo" -, para tratar com uma frivolidade terrível todas as coisas que na vida merecem seriedade, as questões de alimentação, moradia, dieta espiritual, tratamento a doentes, limpeza, clima!
Ao invés da saúde, a "salvação da alma" - quer dizer, uma folie circulaire entre convulsões de penitência e histeria de redenção! A noção "pecado", inventada junto com o instrumento de tortura correspondente, o conceito "livre-arbítrio", a fim de confundir os instintos, a fim de fazer da desconfiança frente aos instintos uma segunda natureza!
Na noção do "ausente-de-si", do "negadorde-si-mesmo", a verdadeira marca da décadence, a sedução do nocivo, a incapacidade de-encontrar-o-próprio-proveito, a autodestruição convertida em signo de valor absoluto, em "obrigação", em "santidade", em "divindade" no ser humano!
A noção "pecado", inventada junto com o instrumento de tortura correspondente, o conceito "livre-arbítrio", a fim de confundir os instintos, a fim de fazer da desconfiança frente aos instintos uma segunda natureza!
Por fim - e isso é o mais terrível - na noção do homem bom a defesa de tudo aquilo que é fraco, doentio, malogrado, que-sofre-de-si-mesmo, de tudo o que deve ir ao chão - crucificada a lei da seleção, transformada em ideal a oposição ao orgulhoso e bem-sucedido, àquele que diz sim, que está seguro, que dá garantia do futuro - e que a partir de agora se chamará de o mau... E tudo isso foi acreditado como moral! Ecce Homo.
O raio da verdade atingiu justamente aquilo que até hoje ocupava o lugar mais alto: quem compreende o que foi aniquilado, tenha o cuidado de observar se ainda sobrou algo em suas mãos.
Tudo o que era chamado de "verdade" até hoje foi reconhecido como a mais nociva, pérfida e subterrânea forma de mentira; o pretexto sagrado de "melhorar" a humanidade foi reconhecido como ardil para sugar a própria vida, torná-la anêmica. Moral na condição de vampirismo...
Quem descobre a moral, descobriu junto o não-valor de todos os valores nos quais se acreditou e ainda se acredita; ele não vê mais nada de venerável nos tipos mais venerados, e inclusive naqueles que foram proclamados santos; vê neles a espécie mais fatal de aborto, fatal porque fascinavam...
O conceito "além", inventado como "mundo verdadeiro" para arrancar o valor ao único mundo existente - a fim de não deixar à nossa realidade terrena nenhum objetivo, nenhuma razão, nenhuma tarefa!
A noção de "alma", "espírito", e por fim até a de"alma imortal", inventada para desprezar o corpo, tornálo enfermo - "santo" -, para tratar com uma frivolidade terrível todas as coisas que na vida merecem seriedade, as questões de alimentação, moradia, dieta espiritual, tratamento a doentes, limpeza, clima!
Ao invés da saúde, a "salvação da alma" - quer dizer, uma folie circulaire entre convulsões de penitência e histeria de redenção! A noção "pecado", inventada junto com o instrumento de tortura correspondente, o conceito "livre-arbítrio", a fim de confundir os instintos, a fim de fazer da desconfiança frente aos instintos uma segunda natureza!
Na noção do "ausente-de-si", do "negadorde-si-mesmo", a verdadeira marca da décadence, a sedução do nocivo, a incapacidade de-encontrar-o-próprio-proveito, a autodestruição convertida em signo de valor absoluto, em "obrigação", em "santidade", em "divindade" no ser humano!
A noção "pecado", inventada junto com o instrumento de tortura correspondente, o conceito "livre-arbítrio", a fim de confundir os instintos, a fim de fazer da desconfiança frente aos instintos uma segunda natureza!
Por fim - e isso é o mais terrível - na noção do homem bom a defesa de tudo aquilo que é fraco, doentio, malogrado, que-sofre-de-si-mesmo, de tudo o que deve ir ao chão - crucificada a lei da seleção, transformada em ideal a oposição ao orgulhoso e bem-sucedido, àquele que diz sim, que está seguro, que dá garantia do futuro - e que a partir de agora se chamará de o mau... E tudo isso foi acreditado como moral! Ecce Homo.
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