26 de jan. de 2008

Corujas do saber


Pessoas se apresentam em diferentes grupos de personalidade. Em o Mágico de Oz estavam agrupados em pessoas ligadas à coragem, ao lar, ao coração e ao cérebro. Esse último, o tipo racional, corresponde a cerca de 8% da população. Raros e brilhantes. Sua função social é estudar a natureza e imaginar formas de fazer a ordem natural e a ordem social fluirem em harmonia. Não se trata de violar a natureza, mas de civilizá-la.

O tipo racional faz ótimo uso abstrato da palavra e é normalmante utilitário no uso das suas ferramentas de raciocínio lógico. Define categorias com precisão e sempre busca identificar meios para chegar aos objetivos com o máximo de eficiência, ou seja, com mínimo desperdício.

Nessa tarefa, o tipo racional pode seguir 4 diferentes caminhos:
- o que organiza as coisas de forma hierárquica, como um general de militar;
- o que organiza as coisas de maneira sequencial, como um coordenador de projetos;
- o que cria coisas com alguma funcionalidade, como protótipos funcionais;
- o que cria sistemas juntando partes, como arquitetos.

Assim, educados em ciências e preocupados com tecnologia estão sempre interessados em sistemas complexos, sejam mecânicos ou orgânicos. Mapeiam o espaço em intersecções, como uma planilha, para ter maior precisão e tratam o tempo como um intervalo fechado em torno dos eventos de sua criação. Não valorizam padrões sociais nem agendas externas. Buscam mesmo a engenhosidade com autonomia e resoluções firmes. Foram racionais Tesla, Einstein, Shakespeare assim como os presidentes Tomas Jefferson a Abraham Lincoln.

A liderança de um tipo racional pode ser vista como visionária, porque esse tipo consegue enxergar os objetivos de longo prazo da organização e conceber planos estratégicos para implementá-los de forma eficiente. Dessa forma, já no século XIX Lincoln usou princípios de conduta que mais recentemente, nos anos ‘70’, foram adotados pelos consultores como “gerenciamento por objetivos”. Mas, essa linha de gerenciamento teve pouca receptividade, pois muitos líderes não eram do tipo racional, e então surgiu outra abordagem, mais popular e com foco na operação: vieram os “objetivos operacionais”, que partiam do pressuposto que toda produção encontraria compradores e o desafio era produzir mais barato.

De fato, o planejamento estratégico do tipo racional procura antecipar as ações táticas, logísticas e diplomáticas que serão depois feitas por outros tipos psicológicos. A rapidez e a improvisação da ação tática, a regulação e suporte da ação logística e a mediação da diplomacia serão essenciais mas de menor valia sem a análise estratégica prévia do tipo racional. Essa análise é complexa e a maioria das pessoas dos outros tipos de personalidade têm dificuldades para compreedê-la.

Outro aspecto interessante é que embora o tipo racional tenha essa capacidade de ver 10 anos adiante, ele tem dificuldade em transmitir essa visão, pois é de poucas palavras e detesta redundâncias na comunicação. Portanto, da próxima vez que você reclamar que sua empresa não tem direção estratégica, talvez seja porque você não conseguiu entendê-la ...

Caçadores


Hoje vamos falar de artesãos, uma classificação dada há muito tempo por Platão para um tipo de personalidade que é frequente em nossos dias, notada em pessoas de ação. Será uma abordagem inusitada, mas ao final reveladora. Eu mesmo não estou nesse grupo... é um terreno onde tropeço demais, mas por onde o artesão anda e pula entre precipícios como se estivesse no seu chão. Esse texto é um elogio a isso.

A essência do artesão é avaliar concretamente suas imediações para detectar e explorar qualquer opção favorável que esteja a seu alcance. Ter a liberdade de agir no impulso do momento, sempre que uma oportunidade aparece, é muito importante para ele. Checar a possibilidade de coisas prazeirosas, úteis ou excitantes estarem próximas e fazer o que for preciso para efetivar a ação de maneira prática é o que faz do artesão um excelente executor, sem as amarras que outros tipos de personalidade possuem e que dificultam a ação.

Em geral, o artesão está ciente da realidade e não fica brigando com ela. Procura ter mente aberta e ver as necessidades do momento, sem se ligar muito em teorias. Prefere ser persuasivo e exercitar suas habilidades com todo tipo de ferramenta (mecânicas ou sociais), agindo sem economia de esforço. Sendo sensível à cores, formas, embalagens, texturas, seduz-se por oportunidades de “primeira-experiência”.

Naturalmente, nenhuma pessoa tem 100% das características do artesão que vamos desenhar. Mas ela pode ter a maioria delas e outros aspectos de seu comportamento podem vir do ambiente (família, religião etc) , de forma a compor um quadro mais moderado, além de influências menores de outros tipos de personalidade. Mas, tendo esse lado artesão, certamente isso vai influenciar fortemente no seu íntimo, podendo até desencadear conflitos internos entre o que seu temperamento sugere e o que as normas sociais tentam conter. Por essa razão, vamos pensar aqui nas características do artesão sem julgamentos, apenas procurando apreciar o que esse tipo tem de especial, e admirá-lo por isso.

A primeira chave para entender o artesão é analisar como ele usa suas ferramentas de trabalho e sua capacidade de comunicação (palavra), que são dois artefatos cujo uso distingue o ser humano dos outros animais. Alguns outros tipos psicológicos usam as ferramentas de modo mais cooperativo, de acordo com regras. O artesão é, nesse aspecto, rebelde. Ele as usa de forma utilitária e efetiva, preocupando-se menos com regras sociais.
E na sua forma de se comunicar, prefere usar palavras concretas que falem sobre coisas visíveis aos olhos. Desta forma, ele é do tipo que demora a perceber movimentos mais simbólicos, deixando passar desapercebido uma revolução de idéias em sua volta. Complôs e arranjos simbólicos demoram muito a serem notados pelos artesãos, que parecem até ingênuos neste ponto.

Agora precisamos perceber que o tipo artesão está em todas as atividades que requerem destreza e aperfeiçoamento da técnica através da prática constante. Como os artistas, atletas, os comandantes de guerra, os pilotos, os vendedores, os instrumentistas, os bombeiros, os artesãos...

Então, o nome artesão define toda uma classe de personalidades, onde na análise da raiz da palavra, as letras ‘ar’ têm a ver com “juntar coisas”: os artesãos tem essa habilidade de ajustar peças, de juntá-las de uma maneira prática e através da prática constante. Através da repetição eles dominam a questão, sem se preocupar muito com a eficiência. É fazer, errar, repetir, errar até acertar.

O artesão é uma figura de ação. Devido a brilhantes figuras do passado com comportamento de artesãos e que tiveram seu nome associado a raposas (como o General Rommel, chamado de raposa-do-deserto e o presidente Roosevelt, chamado de raposa-do-Hyde Park), então vamos escolhê-las como representante desse tipo de personalidade. Raposas são espertas, ótimas caçadoras, raramente perdendo tempo com uma presa que não pode ser agarrada. Ao mesmo tempo são difíceis de capturar e estão sempre um passo a frente dos outros nas ações táticas.
O artesão, como o hedonista de Aristóteles, busca o prazer dos sentidos. Dessa forma, o artesão persegue sua arte mais por puro prazer sensual do que para acumular dinheiro ou conhecimento teórico. Em seu caminho ele também lembra uma salamandra, pois é tido como uma pessoa inconstante e capaz de mimetizar e copiar qualquer um de quem se aproxime, frequentemente convencendo a pessoa de que ele é igual a ela. Isto faz delas bons atores e talvez explique seu íntimo desinteresse em mostrar e se fixar no que elas realmente são, preferindo atuar no palco da vida, hora como vilão, hora como mocinho, tudo com igual facilidade. Sentem prazer em mudar de visual, em expressar-se com outro sotaque, numa outra língua.

Essas características, que moldam o artesão como alguém ativo, impulsivo e sedutor, são fundamentais para entender seu traço mais importante: sua inteligência tática. A tática é a arte de fazer movimentos para melhorar a sua posição aqui e agora e assim, explorando os recursos que tiver em mãos, conseguir o máximo sucesso em empreitadas que outros acham impossível realizar. Penso que um personagem como o agente Jack Bauer do seriado 24 horas é uma representação moderna do artesão.

Nesse caminho, os artesãos estão sempre lidando com equipamentos e manejá-los com maestria lhes trás muito prazer. Esses instrumentos podem ser desde pincéis de tinta, raquetes de tênis, furadeiras, kits de investigação policial do CSI, armas ou bugigangas do Mac Gaiver. O que importa é adquirir a técnica de uso e aprimorá-la com o tempo.

Por outro lado, outros tipos de inteligência têm menor interesse e são pouco praticados pelo artesão: a mais fraca é a capacidade diplomática (alguém já viu a “diplomacia” do Jack Bauer em ação?) e numa posição intermediária estão a capacidade estratégica (mais presente nos tipos racionais) e a capacidade logística (de ter as coisas certas no lugar certo e hora certa, mais ao gosto dos castores guardiões).

Os interesses dos artesãos manifestam-se desde cedo. Ao observar uma criança logo se percebe quais são desse tipo. Na escola, ficam aborrecidos ao estudar coisas ligadas a ciência, matemática ou tecnologia. O que eles gostam mesmo é de experimentar e praticar, desde montagens de quebra-cabeça até jogar bola, sejam meninos ou meninas.
Assim, eles desenvolvem o gosto pela técnica e a trabalhar com equipamentos de todo tipo. Nada melhor que presenteá-los com algo que terá alguma utilidade e poderá servir para aprimorar alguma técnica. Provavelmente eles vão exibir com um certo orgulho os machucados que ganharam (e causaram) ao praticar suas habilidades, chegando ao ponto de parecerem desastrados ao quebrar coisas! Esse é um sinal de que estão vivos: alguma cicatriz recente, algo que mostre que eles não se intimidaram pelo risco.

Os artesãos tem, como todos outros tipos, determinadas perspectivas de tempo e espaço no seu relacionamento social. Essa orientação, foi chamado por Adickes (um cientista alemão que estudou os temperamentos na época grego-romana) de “Weltanschauung”, ou “Visão de Mundo”.

O artesão vê o presente como um tempo para se viver os prazeres da vida, o futuro com grande otimismo (o que às vezes lhe trás grandes problemas por se meter em grandes enrascadas), o passado com descaso (se deu errado, paciência ...). O lugar dele é aqui e o momento é o agora. Isso faz dele o melhor candidato para a vitória, pois não desperdiça energia em outros lugares ou coisas não ligadas ao que está fazendo.

Entretanto isso tem seu preço: os artesãos têm dificuldade em analisar seus erros e aprender com eles. Não entendem bem o que houve. Com isso, correm o risco (que frequentemente se realiza) de ter grandes prejuízos em várias áreas: financeira, relacionamentos, saúde, muito mais visíveis por quem está do lado de fora. Sua forma de escapar disso é notável: apenas buscam fazer de novo, na esperança que seu aperfeiçoamento com a experiência vá trazer-lhes melhor resultado da próxima vez.

Com isso montam sua auto-imagem de audácia e adaptabilidade na execução se suas tarefas da vida. São ótimos executores em momento de crise, livres de regras e preocupações éticas ou de raciocínios lógicos intrincados. Eles são pura ação, que podem levar a sucessos e a desastres formidáveis. Sua capacidade de tomar riscos consideráveis faz deles presença obrigatória em todos os lugares onde isso é essencial: desde um broker de bolsa de valores a alpinistas destemidos. Entretanto, custam a perceber o valor de coisas já conquistadas e abandonadas, às vezes lembrando-se delas quando novas empreitadas mostram-se mais difíceis do que originalmente imaginadas.

Finalmente, entender os valores dos artesãos decifra parte de sua personalidade, nem tão complexa, mas às vezes um pouco difícil de aceitar para o mais desatento.
O artesão valoriza ser excitado, passando por cima da dor ou fadiga na execução de suas tarefas. Ele precisa de um desafio que o leve a uma ação impulsiva, ou até explosiva. Nada de repetição, dedução, nenhuma linha lógica o convence tão bem quanto a oportunidade de ser impulsivo. Nada que dure muito tempo ou precise de um esforço regular o seduz. Para conter esse problema, ele precisa encerrar e voltar ao assunto de forma a criar um momento de troca, um estímulo que o faça pensar que está em algo novo.

Alguém de fora, sabendo disso, pode manter um artesão ligado a alguma coisa por um longo período, simulando mudanças imaginárias que satisfaçam seu apetite por novidade. Isso funciona porque o artesão não é alguém que se entusiasma com algo que vem de dentro, como uma idéia, uma imagem, uma estratégia (como faz o tipo racional). Na verdade, o artesão sente-se excitado por algo que vem de fora, por um estímulo externo, um desafio, uma oportunidade.

Por viver o momento tão intensamente, o artesão não trabalha muito bem com metas de longo prazo. Se isso representar amarras, provavelmente ele vai fugir para algum outro lugar. Por isso ele reage bem a chamadas para vagar por aí, mesmo que isso signifique magoar as pessoas mais próximas e que gostam dele. O artesão é capaz de abandonar repentinamente uma atividade ou relacionamento sem olhar prá trás.

No meio da vida, a necessidade de liberdade pode ser tão intensa que isso causa-lhe uma impaciência enorme. Ele descarta carreira, família e outros laços que ele mesmo criou sob o argumento que esse laço não lhe trás um outro tipo de amarra que ele quer. Na verdade, ele quer liberdade, simplesmente liberdade.

Gauguin, nos seus quarenta anos de idade, abandonou esposa e filhos e foi para o Tahiti, onde produziu telas espetaculares, apesar de ter quebrado a confiança da sua família. Esse é um aspecto conflituoso: pois se por um lado há um temperamento que chama por movimento, há outro que pede por amarras e estabilidade, algo que o artesão vai buscar solução de diferentes formas ao longo de sua vida, ora achando que está perdendo tempo e se libertando, ora achando que deve se conter e viver uma vida mais estável, com amarras que lhe segurem ao chão.

Um último aspecto do artesão tem a ver com o modo como ele lida com a generosidade. O artesão é basicamente um ser de oportunidades, o que significa na maioria das vezes extrair mais de que entregar nas trocas sociais. Naturalmente, qualquer ocasião que mostre ao artesão que ele foi passado prá trás, por alguma esperteza maior de alguém, então isso o deixa visivelmente perturbado. Mas não por muito tempo: pois na média das vezes ele vence, pois poucos são páreo para um artesão. Por outro lado, isso cria uma ligação fragilizada do artesão com relação à generosidade gratuita de outras pessoas. Por ser incapaz, basicamente, de ser constante e gratuitamente generoso, dois aspectos se sobressaem: o primeiro é a sua total submissão à generosidade alheia. O artesão seduz-se completamente ao receber um grande ato de solidariedade que seja inesperado por ele. Mais ainda se for algo que ele próprio sinta-se incapaz de fazer.

Na verdade, é comum ver artesãos ligados a projetos de solidariedade ou caridade, não pelo fato deles serem generosos, mas pelo fato de possibilitar a eles estarem próximos de pessoas generosas, de vivenciarem a generosidade delas. Por outro lado, a própria generosidade costuma ser trabalhada de forma impulsiva: o que dá prazer ao artesão não é o presente dado só por merecimento, mas o presente dado por impulso e prazer a quem merece. Dar um presente inesperado, mas geralmente simples, é o que mais ocorre aos artesãos.

Finalmente, a busca pelo virtuoso na sua área de atuação é algo que sempre move o artesão. Um tipo fundamental para movimentar o mundo.

1 de jan. de 2008

Contraste


Esses assuntos interculturais sempre despertam interesse porque são como um pano de fundo nesse encaixe de peças comportamentais do dia-a-dia, além de ser uma forma de valorizar o que cada um tem de particular, ao invés de apenas criticar o que falta.

Para os que estão submetidos a um ambiente organizacional, como eu, sempre é curioso pensar em como as técnicas norte americanas de administração, impostas a nós por diversos cursos e literaturas dos MBAs, podem às vezes estar tão fora de foco com relação ao que somos. Literalmente desprezam características latinas, como se as diferenças entre nós fossem desconhecidas ou pouco importantes.

Por exemplo, pensemos em quantas vezes, diariamente, nos vemos envolvidos em processos decisórios fugindo completamente da cartilha estruturada dos livros de texto americanos. Isso acontece porque latinos manifestam, a seu modo, uma busca implacável de uma escolha própria, desafiando até uma tragédia para indicar o seu compromisso com a singularidade do indivíduo e sua defesa da honra. Um exemplo notável disso foi a escolha argentina pela guerra das Malvinas, numa clara demonstração de defesa da honra, mesmo que às custas de uma tragédia.

Para o latino, as concessões são desonrosas e as discórdias transformam-se rapidamente em tentativa de submissão e tirania.. Isso tudo vem da tradição mediterrânea de honra (amor-próprio) que desencoraja a conciliação. Dificilmente um país mediterrâneo será modelo de alguma inovação política, a menos de uma triste herança como o fascismo.

Se por um lado o americano tem uma predisposição pelo sincronismo e medição sequencial do tempo (“... tempo é dinheiro!”), mostrando uma atitude obcecada com objetos específicos, o latino prefere trabalhar com uma dispersão de objetivos e tempo compartilhado entre celebrações, almoços e trabalho. Enquanto o americano consegue individualizar o componente de uma equipe para avaliá-lo e individualizar o mal para satanizá-lo, o latino vê tudo como um rebanho, um caldeirão onde o respeito pela hierarquia e a submissão ao interesse maior de proteção do grupo pelo grupo dificulta a aplicação da maioria das técnicas de medição e incentivo individual.
Quem leva isso ao extremo por aqui, acaba tendo de recuar, como nos mostrou o recente exemplo da Ambev, onde suas práticas americanas de incentivo acabaram por rachar o grupo, e agora já se fala numa maior “humanização” do trabalho.

Outro aspecto interessante foi o fato do protestantismo propiciar uma maior intelectualização pela Reforma, quando rejeitou a Escolástica e sua hierarquia medieval, que foram mais atuantes para os latinos. Enquanto que nas colônias inglesas a alfabetização foi muito maior por causa da leitura da bíblia, nos países ibéricos ficou patente o analfabetismo e o desprezo da nobreza pelo trabalho manual e intectual mais intenso, dando em troca mais destaque para a astúcia e espírito aventureiro visto na época das navegações.

E por fim, no caldeirão de culturas e raças de onde se construiu o brasileiro, características afro-indígenas permancem ativas e moldam nossa forma de ser. Entre essas características herdadas, as mais interessantes são:
- tendência ao esbanjamento e à falta de previsão;
- tendência de não valorizar a terra, nomadismo;
- acreditar na salvação por acaso, seja através das minas de ouro ou petróleo ou através do jogo;
- demonstrar amor pela ostentação;
- demonstrar desrespeito à lei;
- aceitar uma predominância do místico;
- ter uma atitude fatalista

A mistura de credos dos índios e negros influenciou nosso catolicismo, abrandando seu extremismo e afastando-o da prática puritana. O nosso catolicismo conforma-se com a impotência mesmo dos santos, tornando-os mais fraternais. A adversidade não cria um homem revoltado, mas capaz de uma dócil e amargurada submissão ao poder esmagador externo, confiante que seu momento de homem de glória um dia chegará, pela mão de um salvador.

Portanto, na próxima vez que pensar na mistura que resulta o gerente brasileiro, uma boa receita é: hierarquia + controles sobre o outro + laços pessoais + malandragem + aversão ao método. Isso é o nosso MBA.