6 de jan. de 2013

O que é diferente é perigoso?


Ambiguidade provoca ansiedade.

São três os caminhos que desenvolvemos para aliviar isso: o tecnológico, com suas engenhocas para dominar a natureza; as leis para nos proteger das incertezas de comportamentos alheios; e a religião, com suas forças superiores regulando nosso futuro.

Ambiguidade e incerteza não devem ser confundidas com aversão ao risco. A incerteza está para o risco assim como a ansiedade está para o medo. Risco e medo são dirigidos para eventos e objetos específicos, enquanto que a incerteza e a ansiedade não tem objeto claramente definido. Está mais para aquele aperto no estômago, duro de passar. Porém, assim que uma incerteza é expressa como risco ela deixa de ser fonte de ansiedade. É assim com tarefas rotineiras, como dirigir um carro ou certos esportes perigosos: são arriscados porém calculados.

É por isso que pessoas com aversão à incerteza e ambiguidade adoram estruturas e procuram, paradoxalmente, se engajar em comportamentos de risco só para diminuir a ansiedade.
Exemplo: um rapaz que começa logo uma briga arriscada, ao invés de sentar e esperar: isso tudo para reduzir a ansiedade do que poderá vir a acontecer se ele apenas aguarda os próximos eventos, incertos.

Ambientes com pessoas com forte aversão à incerteza tem várias características peculiares, sempre tratando o diferente como perigoso:
- há uma necessidade emocional para regras, mesmo que não sejam cumpridas;
- há uma necessidade de mostrar-se sempre ocupado;
- há necessidade de precisão e formalização nos acordos;
- há forte dependência de especialistas para buscar soluções;
- comandantes em geral estão mais envolvidos com tarefas diárias do que assuntos estratégicos;
- pessoas são fracas em inventar e mais focadas na implementação e entrega de alguma coisa;
- motivação existencial fortemente baseada na estima pelos outros.

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