
Como premiar o desempenho em nossa sociedade, descendente de uma lógica ibérica onde o ócio foi associado a um melhor status e o trabalho ao baixo escalão escravo?
Mesmo nas corporações, que visam lucro e são fortemente influenciadas pelo sistema americano de meritocracia, avaliações de desempenho são vistas mais como mecanismos burocráticos do que como formas de legitimar o desempenho individual. Afinal, há algo mais importante do que preservar a integridade do grupo e manter a competição sob limites? Até que ponto o grupo encobre suas falhas para preservar sua fidelidade intrínseca ao social? Somos mesmos guiados por experiência e boas relações?
O fato é que entre nós partimos do pressuposto de que as diferenças de habilidade e talento entre os indivíduos são resultado de suas diferentes posições sociais. Isto é, as desigualdades naturais são interpretadas como fruto de variáveis históricas e sociais sobre as quais os indivíduos têm pouca ou nenhuma ingerência. Ou, caso elas sejam consideradas intrínsecas ao indivíduo, não são suficientementes fortes para superar as diferenças sociais.
Logicamente, os resultados positivos e negativos oriundos dos diferentes desempenhos não pertencem aos indivíduos, e sim à sociedade como um todo. Daí a lógica distributiva que está na concepção de igualdade expressa na síndrome de isonomia, tão comum nos cargos públicos.
Por conseguinte, as hierarquias construídas com base nas diferenças de desempenho e as recompensas distribuidas aos melhores tem pouca legitimidade. Torna-se difícil avaliar objetivamente o desempenho porque nunca se considera a existência de igualdade de oportunidades devido à desigualdade inicial de posição social. Os indivíduos são percebidos como sujeitos reativos e que resistem ou sobrevivem às condições sociais que lhes são impostas: competição é vista como mecanismo social negativo e desagregador.
O desempenho não é avaliado, mas justificado.
A corrreção disso seria empurrar o eixo da responsabilidade pelos resultados individuais, hoje centrado nas condições históricas e sociais em direção ao eixo individual. Isso destina-se a diminuir uma ética de reclamações e acusações mútuas pela qual não existem sujeitos responsáveis pelos universos em que vivem. Uma vez que as pessoas não se sentem responsáveis por seus resultados, e todos se vêem determinados por condições históricas, não existem sujeitos históricos responsáveis, a não ser anônimos macroprocessos sociais.
Aumentar o custo individual ao deixar de salvaguardar a auto-estima, partindo-se para uma disputa mais aberta entre os indivíduos pode ser o caminho para diminuir o custo social para os que estão presos na base da pirâmide.
Mesmo nas corporações, que visam lucro e são fortemente influenciadas pelo sistema americano de meritocracia, avaliações de desempenho são vistas mais como mecanismos burocráticos do que como formas de legitimar o desempenho individual. Afinal, há algo mais importante do que preservar a integridade do grupo e manter a competição sob limites? Até que ponto o grupo encobre suas falhas para preservar sua fidelidade intrínseca ao social? Somos mesmos guiados por experiência e boas relações?
O fato é que entre nós partimos do pressuposto de que as diferenças de habilidade e talento entre os indivíduos são resultado de suas diferentes posições sociais. Isto é, as desigualdades naturais são interpretadas como fruto de variáveis históricas e sociais sobre as quais os indivíduos têm pouca ou nenhuma ingerência. Ou, caso elas sejam consideradas intrínsecas ao indivíduo, não são suficientementes fortes para superar as diferenças sociais.
Logicamente, os resultados positivos e negativos oriundos dos diferentes desempenhos não pertencem aos indivíduos, e sim à sociedade como um todo. Daí a lógica distributiva que está na concepção de igualdade expressa na síndrome de isonomia, tão comum nos cargos públicos.
Por conseguinte, as hierarquias construídas com base nas diferenças de desempenho e as recompensas distribuidas aos melhores tem pouca legitimidade. Torna-se difícil avaliar objetivamente o desempenho porque nunca se considera a existência de igualdade de oportunidades devido à desigualdade inicial de posição social. Os indivíduos são percebidos como sujeitos reativos e que resistem ou sobrevivem às condições sociais que lhes são impostas: competição é vista como mecanismo social negativo e desagregador.
O desempenho não é avaliado, mas justificado.
A corrreção disso seria empurrar o eixo da responsabilidade pelos resultados individuais, hoje centrado nas condições históricas e sociais em direção ao eixo individual. Isso destina-se a diminuir uma ética de reclamações e acusações mútuas pela qual não existem sujeitos responsáveis pelos universos em que vivem. Uma vez que as pessoas não se sentem responsáveis por seus resultados, e todos se vêem determinados por condições históricas, não existem sujeitos históricos responsáveis, a não ser anônimos macroprocessos sociais.
Aumentar o custo individual ao deixar de salvaguardar a auto-estima, partindo-se para uma disputa mais aberta entre os indivíduos pode ser o caminho para diminuir o custo social para os que estão presos na base da pirâmide.