19 de fev. de 2011

Contrato de vida

O homem busca ser perpétuo, se tiver poder para tal: ele busca expandir-se nas formas disponíveis a ele. No homem primitivo, as figuras de poder como deuses e bruxas eram temidas pelo seus poderes mágicos e já faziam o papel de engrandecimento do homem pela via do escapismo noutra figura considerada muito mais importante que ele. Gradualmente, essas figuras tornaram-se pessoas: reis e padres da Idade Média, absolutos em poder. Mas neste caso, a imortalidade era a deles às custas do massacre de seus fiéis na guerras e sacrifícios escravos.

Como o homem pretende ser um sobrevivente, não importa se ele próprio ou a figura de seu adorado rei, só o que muda ao longo dos tempos é a figura de adoração: a arte, o estado poderoso, a bolsa de valores.

É através de diferentes estruturas sociais e acordos culturais que vemos sempre a mesma razão de ser: um contrato de vida sobre a morte em diferentes roupagens.